02/08/2018

Semana do/a Estudante (SdE) 2018

Jovens da PJ vivenciarão a Semana do/a Estudante (SdE) - atividade permanente promovida pelas quatro Pastorais de Juventude da CNBB. Ela acontece anualmente, no mês de agosto, na semana que abrange o dia 11, considerado historicamente o Dia do Estudante no Brasil. Desde 2003, as Pastorais da Juventude do Brasil tem organizado esta atividade em âmbito nacional para celebrar esta data e propiciar maior engajamento dos estudantes no que diz respeito à sua escola, às questões da educação e da sociedade em geral.
O objetivo é que ela aconteça dentro da escola, pois trata de temas especificamente estudantis e visa uma maior participação e conscientização dos estudantes. A Semana se propõe a trabalhar o protagonismo estudantil, para que o jovem estudante assuma o compromisso de construir a educação e a sociedade que tanto quer e sonha: a Civilização do Amor. Com isso, pretende chamar a atenção para a possibilidade da concretização do Reino mediante ações transformadoras, como, por exemplo, a defesa da educação.  
Esse ano, jovens da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Passo Fundo visitarão algumas escolas para realizar com os estudantes uma reflexão sobre a SdE 2018 trazendo para os encontros o tema “A nossa escola não é mercadoria”, o lema “garantia de direitos e promoção da dignidade” e a iluminação bíblica que guiará as reflexões que vem do Livro de Lucas: “Todos os que ouviam a criança estavam maravilhados/as com a inteligência de suas respostas”. (cf. Lc 2, 47).
Se interessou? Entre em contato conosco!

Encontro Arquidiocesano da PJ envolve grupos de base


Com o objetivo de refletir sobre a Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência Contra a Mulher, lançada no 12º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude que aconteceu em janeiro desse ano, no Acre, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Passo Fundo se reuniu, no último domingo, 29, na Comunidade São Francisco de Assis, no Bairro Berthier, em Passo Fundo, para o Encontro Cirandaremos.
Com a presença de mais de 30 jovens de vários grupos da PJ, o encontro envolveu os jovens em diferentes atividades. "O nome sugerido para o encontro representa a união dos/as jovens que, dançando num mesmo passo e ritmo, formam unidade na diversidade e reafirmam o compromisso do cuidado uns/umas com os/as outros/as", explica Carleane Silveira, uma das coordenadoras da PJ na Arquidiocese. "No encerramento foi rezado o Ofício Divino da Juventude (ODJ) e dançado uma grande ciranda. Foi um encontro de bastante alegria, oficinas, muita música e reencontros", complementa e acrescenta, também, que durante o dia se apresentou o funcionamento do Setor Juventude da Arquidiocese.
Sammara Garbelotto
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
imprensa@arquidiocesedepassofundo.com.br
Colaboração: Pastoral da Juventude

03/03/2017

Carta do 12º Acampamento da Juventude da Romaria da Terra


Nós, 620 jovens de pastorais e movimentos sociais populares de todo o Rio Grande do Sul, reunidos no 12º Acampamento da Juventude, dentro da programação da 40ª Romaria da Terra, afirmamos que “preferimos morrer lutando do que morrer de fome”. 

Estamos reunidos no assentamento do MST na Fazenda Annoni, terra de Rose, marco da retomada da luta pela terra. Foi aqui, numa noite de lua cheia, na madrugada do dia 29 de outubro de 1985, que 7,5 mil pessoas ocuparam um dos maiores latifúndios desta região. Os jovens protagonizaram aquele momento e seguem nas lutas hoje. Aqui se construiu uma amostra de reforma agrária concreta, com organização da produção e com participação dos jovens e das mulheres. Vivenciamos a organização e a luta, suas potências e suas dificuldades. Nós somos lutadoras e lutadores, filhas e filhos de uma história de luta, herdeiras e herdeiros de compromissos como a transformação da realidade e com a construção de mais vida e vida em abundância. 

Este acampamento é a experiência concreta que mostra que a unidade das organizações que querem um mundo melhor existe e continua sendo uma necessidade ainda nos dias de hoje, especialmente quando somos chamadas e chamados a resistir a tempos em que nos golpeiam e que querem nos fazer crer que não há mais futuro. Afirmamos que a unidade dos pobres, das trabalhadoras e dos trabalhadores, continua sendo a principal estratégia da ação libertadora. Continuamos acreditando que ninguém mudará o mundo por nós, que ninguém liberta ninguém e que nos libertamos em comunhão. Por isso, seguimos acreditando que somente a organização e a luta que forjam a unidade das trabalhadoras e dos trabalhadores é que produzirá as transformações necessárias para construir o projeto popular.

Estamos aqui e afirmamos com força que não aceitamos o governo golpista e ilegítimo, repetimos com milhões de brasileiras e brasileiros: “fora Temer”. Não aceitamos retrocessos nas conquistas e o desmonte dos direitos que vieram de muita organização e luta: “nenhum direito a menos”, “nenhum camponês sem terra, nenhuma família sem teto, nenhum trabalhador sem direitos” (Papa Francisco). Não aceitamos pagar a conta do ajuste fiscal com a redução de direitos e somos contra todo tipo de austericídio. Não aceitamos a reforma da previdência que penaliza as trabalhadoras e os trabalhadores e especialmente as mulheres. Não concordamos que a educação é neutra e somos contra a proposta de “escola sem partido” e a reforma do ensino médio. Somos contra o machismo, o racismo, a homofobia, o patriarcalismo, o feminicídio e todos os fundamentalismos. Enfim, somos contra o projeto neoliberal, que de novo nada tem, pois apresenta as mesmas propostas que só atacam os pobres e a classe trabalhadora. 

Estamos aqui porque acreditamos que ainda há lugar para um outro mundo possível, que estamos num tempo em que precisamos resistir e também dar passos na construção do projeto popular para o Brasil. Por isso é necessário seguirmos na organização e no fortalecimento da luta da classe trabalhadora. Sabemos que nunca foi e seguirá sendo uma tarefa que não é fácil, pois temos muitas contradições que ainda precisamos superar, temos muito a aprender. Mas estamos confiantes que este é o caminho e que o faremos caminhando, na construção da utopia, de uma sociedade nova que promova a diversidade e a pluralidade e que afirme o protagonismo das mulheres e dos jovens. 

Em tempos sombrios, fizemos o sol brilhar, mesmo em dia de eclipse, e afirmamos com coragem que nosso compromisso segue sendo com a construção de um mundo no qual caibam todas e todos. 
Somos jovens, seguirmos nos organizando. Seguiremos juntos, em luta!

Pontão, RS, 27 de fevereiro de 2017.

09/02/2017

CARTA DE ACOLHIDA ÀS JUVENTUDES DO 12º ACAMPAMENTO DA ROMARIA DA TERRA

“Traz na viagem sonho, esperança,
pra alimentar quem quer resistir.”

Queridas e queridos jovens, com alegria, outra vez lhes acolhemos para mais uma edição do Acampamento da Juventude da Romaria da Terra do Rio Grande do Sul. Com esta carta queremos, desde já, irmos preparando esses espaços que querem ser sinal de profecia e esperança nas nossas caminhadas.
O acampamento, como de costume, acontecerá nos dois dias que antecedem a Romaria, portanto 26 e 27 de fevereiro de 2017, na área 01 do assentamento 16 de Março, Fazenda Annoni. Diante da forma como temos nos organizado para melhor acolher a todas e todos, seguem algumas informações importantes:
Localização: O acampamento não será no mesmo local que a Romaria. A comunidade que nos acolherá é parte do assentamento, área 01. Um ponto de referência é o Camping Zambiasi. Mapas em anexo.
Inscrições: Cada participante é convidada/o preencher o formulário online garantindo assim sua inscrição. Esse passo é muito importante para melhor podermos acolhê-las/os. Segue link para inscrição: <https://docs.google.com/forms/d/1UMrPrf1s_22RXwIJON7QaOk7HAHUeNbU-TzQA18gRNQ/viewform?edit_requested=true>
Alimentação: A organização do acampamento está mobilizada arrecadando alimentos para o evento e garantindo boa parte do que será necessário, contudo, solicitamos que cada caravana possa contribuir com parte dessa construção. Para isso pedimos que se consulte o cardápio anexado a essa carta e traga a alimentação listada necessária. Por exemplo: para um ônibus com 45 jovens, a/o coordenadora/o da caravana deverá consultar a listagem do cardápio anexado averiguando a alimentação definida e trazer consigo a quantidade necessária para essas 45 pessoas. Todas as refeições serão preparadas e servidas pela organização do acampamento, boa parte dos alimentos também é por conta da organização, porém cabe às/aos participantes trazerem o que foi solicitado e entregar no dia, em local a ser indicado.
Investimento: Cada participante é convidada/o a contribuir com o valor de R$10,00 para os gastos com estrutura e materiais necessários.
Kit acampamento: Considerando que não será disponibilizada estrutura para abrigar hospedagens, é necessário que as/os participantes estejam munidas/os de barraca, colchão/colchonete, prato, talheres, copo, produtos de higiene pessoal e demais itens necessários para acampar.
Romaria da Terra: Acontecerá na área 09 do assentamento. No dia do evento, as caravanas sairão do local onde acontecerá o acampamento e deixarão as/os jovens no local de começo da caminhada. Na Romaria, o almoço será partilhado, por isso, é importante pensar em algo que se possa levar para esse momento.
Informações gerais: É recomendado que cada participante traga consigo repelente, protetor solar, garrafa para beber água e dinheiro reserva caso queira comprar lanches que estarão à disposição. Também, solicitamos que as/os jovens que tocam algum instrumento os levem para contribuírem com a animação do Acampamento e da Romaria.
Demais informações estamos à disposição. Veja contatos em anexo.

Atenciosamente, coordenação do 12º Acampamento da Juventude



Anexo 01 – Mapas de localização:

- Acesso via Carazinho – Sarandi.




















- Acesso via Pontão – Ronda Alta.



















Anexo 02 – Cardápio:
- Arroz;
- Chimia;
- Cucas/Bolachas (para os lanches);
- Feijão;
- Frutas (para os lanches);
- Massa.

Anexo 03 – Contatos: 
- Pastoral da Juventude: Eduardo Nischespois Scorsatto – (51) 99620-0094
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: Elias Santos – (54) 99662-2740
- Pastoral da Juventude Rural: Fernando Kummer – (54) 99947-8750
- Movimento dos Pequenos Agricultores: Sandy Xavier – (54) 99645-4656
- Comissão Pastoral da Terra: Simone Pegoraro – (54) 99912-5146
- Cresol: Sandro Tunini – (54) 99177-1671



24/09/2016

O que pensam os candidatos à prefeito de Passo Fundo sobre a temática "Juventude"

Passo Fundo tem mais de 38 mil jovens entre 15 e 29, o que corresponde a 21,2% da população, de acordo com dados do Censo 2010 do IBGE. A necessidade de promover os direitos da juventude é, contudo, um grande desafio para a administração pública municipal. A realidade dos jovens e das jovens passo-fundenses é bastante diversa e, por isso, são grandes as demandas por políticas específicas que considerem, em especial, as dificuldades enfrentadas pelos grupos mais vulneráveis, notadamente mulheres, negros (as), pobres e moradores das periferias.

Falar em Políticas Públicas para a Juventude é tratar de desenvolvimento de ações direcionadas em diversas áreas de interesse público. Por exemplo, na área de educação, possibilitando que as escolas, além do conhecimento formal, gerem capacitação e profissionalização aos estudantes; incentivo ao esporte por meio do apoio aos atletas, construção de centros esportivos e parques – que também refletem na saúde e na qualidade de vida -; políticas de inclusão digital, dentre tantas outras.

Mas o que os candidatos que concorrem à Prefeitura Municipal em 2016 estão propondo para a juventude? Para tentar responder a esta pergunta, a Pastoral da Juventude de Passo Fundo elaborou algumas questões, para que cada um possa mostrar o posicionamento de sua coligação sobre temas que envolvem os jovens.

Confira abaixo:


29/08/2016

Nos palcos da vida a história se faz... Protagonismo juvenil!

Protagonismo! Expressão que pode ser facilmente compreendida quando diretamente relacionada ao teatro. Neste, encontramos diferentes funções, incluindo artistas principais e figurantes, bem como expectadores. O dicionário define protagonismo como: “qualidade da pessoa que se destaca em qualquer situação, acontecimento, exercendo o papel mais importante; personagem principal”. Considerando os palcos da vida, ninguém pode ser mero expectador, ficar passivo “vendo a vida passar”. Numa sociedade marcada por diferentes disputas e com um histórico de desigualdade e injustiça social o jovem é convocado a assumir sua missão, o seu papel transformador. Dito isso, o que implica ser protagonista?
A fase da juventude é marcada por intensas buscas e descobertas. Não é algo passivo, mas um processo de construção da identidade, da autonomia, de ser sujeito, que assume suas particularidades em cada pessoa. Ser jovem não é adjetivo, mas sujeito! A evangelização das juventudes é o trabalho de educar para a liberdade, de possibilitar consciência crítica, para que os jovens possam assumir e transformar sua história. Ao longo da trajetória do povo de Deus encontramos vários registros de jovens que assumiram seu protagonismo que iluminam a caminhada atual.
“Na vivência do protagonismo juvenil está a Teologia do Êxodo. A Teologia da saída de um mundo de dependência para um mundo de liberdade. De um mundo fechado sobre si para abrir-se às relações, sem perder a identidade”. – DICK, Hilario. É bastante emblemática a figura de José do Egito. Ele era o filho mais novo e o mais amado de Jacó. Por motivos de ciúme e raiva, os outros irmãos o vendem como escravo. No Egito, torna-se administrador do palácio do faraó, proporcionando mais tarde uma reforma agrária, beneficiando até mesmo seus irmãos que o haviam maltratado. É um retrato de um jovem que, em meio às dificuldades de seu povo e de sua vida, vai construindo sua história, sua identidade e até mesmo transformando o povo ao seu redor. Mas claro que também há o perigo de se influenciar negativamente pelo sistema dominante, repetindo a mesma opressão que foi vítima. Protagonismo está diretamente relacionado com justiça, libertação e superação da opressão. Também está ligado a construção coletiva. O protagonismo isolado de um processo participativo, do reconhecimento da alteridade (DGAE 11 ), cria autoritarismos perniciosos e contrários ao projeto do Reino. 
O tempo da juventude é uma epopeia da busca e da conquista. O jovem que não sai de si (não sai do Egito) e não busca mover-se nas relações e organizações, além de não acreditar em si, é alguém que está fadado a não encontrar-se no protagonismo para o qual foi feito. Querer que o jovem seja protagonista de si ou de sua organização é querer que ele seja ele, ficando evidente que uma identidade nunca vai contra a identidade do outro. Para afirmar essa “identidade” é claro que o jovem vai negar submissões, qualquer que ela seja. Veja-se a história do filho pródigo (Lc 15, 11s). Um grande desejo do jovem é a autonomia. Ele também precisa aprender a ser livre, mesmo errando. Jesus Cristo sempre respeitou as instituições, mas nunca sacrificou sua liberdade ante elas. Recorde-se a liberdade ante Herodes (Lc 13, 31s), a liberdade e severidade frente às autoridades religiosas (Mt 23, 13s), a liberdade ante o preceito do sábado (Mt 2, 27). DICK, Hilario.
O jovem, como um corpo e ser em construção, é um santuário de Deus, é divino! Pensar no processo de construção da identidade, de autonomia, enfim, do protagonismo é colocar-se a caminho com a juventude, é sair do Egito, compreendendo e amando-a. Vendo-se nela e com ela. Longe dessas palavras, afirmar que protagonismo é algo fácil, simples, mágico. É processo! É caminho! É mistério e encanto. É, também, Deus.


Imagens: Obras de Luís Henrique Alves Pinto

04/08/2016

30ª Escola da Juventude: Somos Igreja Jovem!

“Desamarre as sandálias porque o chão onde pisas é solo sagrado”

“Mestre, onde moras?
Vinde e vede!”

Embebidos e embebidas por essas iluminações bíblicas, cerca de 50 jovens da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Passo Fundo, se encontraram nos dias 23 e 24 de julho para a segunda etapa da 30ª Escola da Juventude. A seguir, depoimento da jovem Carleane Silveira, do grupo JUNI, comunidade Nossa Senhora da Salete, paróquia Santa Terezinha: 
“Participamos? Sim, mas agora, a palavra que descreveria melhor seria vivenciamos. E realmente nos deixamos afetar pela 2ª etapa da 30ª escola da juventude de um modo muito intenso. Nem chuva, nem frio, e muito menos distância impediu-nos de vivenciarmos esses 2 dias. Foi notável o brilho de cada olhar lá presente, naquele solo sagrado. Conhecer, ter um porquê de seguir adiante na defesa da vida, na defesa das minorias. Liberdade, liberdade para sermos e fazermos o que quisermos, de poder ir muito além do que alcançamos. A Pastoral da Juventude é isso é muito mais. O dinamismo e a simplicidade tornaram todos os momentos especiais, tudo pensado e feito com amor e por amor. Fazer história a partir da história, protagonizar. Isso é o que buscaremos depois dessa maravilhosa experiência da 30° Escola da Juventude. Amar, amar cada vez mais, apaixonar-se pela natureza e a mística que nos oferece. Cativar, criar laços em todos os lugares, com todas as pessoas. Ser a mudança que desejamos ver no mundo. Construímos um trem, para levar longe nossos sonhos, assim como a pandorga que vai cada vez mais alto. Tenham certeza: não temos medo de cair ou descarrilhar, estamos todos de mãos dadas e fazendo a diferença nos lugares que passamos. Vivam, sonhem e sejam!”

            Alegres com tanta vida que emana desse bonito processo, seguimos em luta pela defesa da vida da juventude. Nos dias 03 e 04 de setembro concluiremos esse bonito processo da Escola da Juventude. Fique atenta/o, pois, vem muita novidade por aí!

Ei juventude! Que planeta deixaremos para as futuras gerações?

Ei juventude! Que planeta deixaremos para as futuras gerações?

Junior Bufon Centenaro[1]

     Muitos já se debruçaram, principalmente na contemporaneidade, sobre essa questão. Recentemente, Francisco, Bispo de Roma em sua carta Encíclica Laudato Sí, sobre o cuidado da casa comum, fez um grande apelo à população mundial para que não abandone a atualidade e a pertinência, da relação entre nossa ação no planeta e a garantia dos recursos naturais para a sobrevivência das futuras gerações. Francisco, aborda a questão ecológica de forma integral, nas suas diversas facetas, apontando para um olhar complexo da crise ecológica, dialogando com a sociedade mundial, com a ciência, com os vários campos do saber.
          As juventudes do hoje precisam adentrar e lutar por um paradigma ecológico. Isso não ocorre de uma hora para outra. É um processo de desconstrução de paradigmas e construção de outros. Fritjof Capra, físico e teórico contemporâneo, um dos expoentes do pensamento holista e complexo, afirma com muita clareza que nas próximas décadas, a sobrevivência da humanidade dependerá da “alfabetização ecológica”. Uma comunidade sustentável é a que consegue satisfazer às próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. Não nos assustamos quando nos dizem que se todos os países adotassem o modo consumista norte-americano, precisaríamos três planetas Terra para garantir os recursos para sustentar a vida humana no planeta?
       O filósofo norueguês Arne Naess, fundou no início de 1970, uma escola de pensamento chamada “ecologia profunda”. A partir da ótica filosófica, Naess distinguiu ecologia “rasa” de “profunda”. A primeira é antropocêntrica, que considera o ser humano fora da natureza e acima dela, atribuindo-lhe apenas valor instrumental e utilitário. A crise desse paradigma é evidente, pois, a capacidade da biosfera de manter a vida corre perigo pela inadequada exploração dos recursos naturais. A segunda, não compreende o homem separado do ambiente, mas o situa dentro de uma rede interligada de interdependência. O ser humano está inserido nos processos cíclicos da natureza. A arrogância do homem moderno, de se colocar como o senhor de tudo precisa ser rompida.
       A alfabetização ecológica proposta por Capra, o caminho proposto por Francisco, a importante contribuição filosófica de Naees e de muitos outros e outras precisam estar em nossos currículos, em nossos diálogos, em nossos espaços educativos formais e informais. Que tal educar num paradigma ecológico? Ele transcende todas as diferenças de raça, cultura ou classe social. A Terra é nossa casa comum, e criar um mundo sustentável para nós e para as gerações futuras é urgente. Vamos ser jovens que fazem a diferença, ou vamos continuar o lado arrogante do antropocentrismo moderno?
  




[1]Estudante de Filosofia; Articulador da Pastoral Social da Arquidiocese de Passo Fundo.

29/07/2016

Jornada Mundial da Juventude


A Jornada Mundial da Juventude realizada no Brasil, entre os dias 23 a 28 de julho de 2013, continua muito viva em nossa memória. Uma multidão de pessoas, predominantemente jovens, se dirigiu ao Rio de Janeiro para participar de uma semana de estudos, encontros e muitas celebrações. A presença do papa Francisco, eleito no dia 13 de março de 2013, engrandeceu o evento com seus ensinamentos, sua simpatia e seu estilo pessoal.
Agora está acontecendo Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, na Polônia. O tema “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7), está inserido no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia e será, segundo o papa, “um verdadeiro e próprio Jubileu dos jovens a nível mundial”. O evento conta com a presença do pontífice em várias programações.
As mensagens preparatórias de Francisco para a realização desta jornada foram feitas a partir das bem-aventuranças do Evangelho. Recordo somente duas mensagens. O papa insiste muito no tema da misericórdia por considerá-lo fundamental para a fraterna convivência humana. A condição humana é de fragilidade, tanto moral quanto física. Neste quadro, atitudes de perdão e de reconciliação são indispensáveis para a convivência fraterna, para a serenidade do coração, para a cura dos ressentimentos, da violência, da vingança e do sentimento de culpa. A misericórdia não é passividade, mas estimula a pessoa a ser instrumento da misericórdia de Deus para com o próximo, através de atitudes pequenas, mas que tem um valor infinito: saciar a fome e a sede, roupa digna, atenção aos doentes, solidariedade no luto, corrigir os erros, aconselhar. Estas atitudes não são apenas bondades, nem mero sentimentalismo.
Como segunda mensagem, destaco: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus (Mt 5,8). A busca da felicidade é comum a todas as pessoas de todos os tempos e de todas as idades. Em que consiste a felicidade que brota de um coração puro? A questão tem a ver fundamentalmente com o campo das relações. É discernir aquilo que pode “contaminar” a vida e suscitar a formação de uma consciência reta e sensível.
O papa Francisco vê que a juventude tem um profundo desejo de um amor verdadeiro, belo e grande. Que tem um potencial imenso de propor e de ajudar a construir um mundo melhor. Por isto, alerta que estes grandes ideais não sejam falsificados, destruídos ou deturpados. Isto acontece quando os outros são manipulados por interesses egoístas ou transformados em mero objeto de prazer.
A Jornada Mundial da Juventude é uma grande confraternização mundial. Jovens de mais de 160 países se reúnem em Cracóvia, depois de viajarem alguns ou milhares de quilômetros. As diferenças de línguas não se constituem um problema porque a linguagem do amor, do encontro, do respeito, do aplauso, do sorriso e da oração é universal e não necessita de tradução.
Dom Rodolfo Luis Weber
Arcebispo de Passo Fundo
29 de julho de 2016

26/07/2016

ROMARIA DOS MÁRTIRES DA CAMINHADA

Celebração da vida e da esperança.



O desejo sonhava ser possibilidade desde o convite, feito à cartaz, ano passado nas primeiras divulgações da Romaria dos mártires da caminhada, e estendido por amigos e amigas, ansiosos de (re)encontros naquela terra santa, cravada de sangue e suor de um povo sofrido.
Fiz e faço questão de dizer que sou mato-grossense, para todas e todos que tive a oportunidade de me apresentar, nesses caminhos por onde andei. E longe de mim ser pelas riquezas do agronegócio que este estado exporta do País, destruindo matas, infertilizando a solo e enriquecendo alguns; mas sim pelo histórico de lutas e resistências daqueles e daquelas que permaneceram e permanecem sobrevivendo nessa terra e esperançosos na construção do outro mundo possível.
Morei nas terras da Prelazia de São Félix do Araguaia, dos cinco aos nove anos de idade. Fora lá o contato com o primeiros índios carajás-beiço-de-pau, do alto Xingú; foram lá os primeiros anos de escola, de semeio à terra, de pescaria, dos cavalos e das vacas leiteiras; fora lá que me encantei com o colorido das borboletas e com o canto dos pássaros; fora lá, naqueles barracos de palha e sem muros, que meu quintal parecia ser o mundo todo.
Bem mais tarde, perto do hoje, descobri que a terra dos meus avós, onde eu cresci brincando, fora conquistada com muita luta, sob muitas ameaças àqueles que só desejara um pedaço de terra para plantar, colher e criar os filhos. Descobri que nessas terras houve (e há) conflitos onde os pequenos sempre morriam, ou pelos grandes fazendeiros ou pela polícia militar (aqui os fatos se confundem, por andarem juntos); e onde estes filhos da terra, eram jogados nas águas do Araguaia ou enterrados com o rosto voltados ao Rio.
Fora também para essas terras que mandaram o Pe. Pedro Casaldáliga, hoje bispo emérito, para assumir a missão da Igreja de evangelizar em terras distantes, e que se compadeceu com o sofrimento dos sem-terras e indígenas, dos ribeirinhos, lavadeiras e prostitutas. Fora lá que a Igreja se faria e se convertia a uma teologia dos pobres e dos marginalizados. E também fora lá que essa mesma Igreja perdera o Pe. João Bosco Burnier e tantos e tantas outras gentes da gente. Pessoas da caminhada, rumo à libertação.
Foram para lá que semana passada, dias 16 e 17 de julho, em caravana, partiram gente de todas as regiões do Brasil, para celebrarmos essa história de libertação, de vida e de esperança; para fazermos memória de vidas, dos campos e cidades, doadas pela Vida; para nos colocarmos em comunhão com todas as vidas e com a vida do mártir Jesus; para regarmos a esperança na Igreja dos pobres; pela defesa dos direitos humanos, pelo cuidado com a Terra e a Casa Comum; para fortalecermos o compromisso com a vida das juventudes marginalizadas, onde a Pastoral da Juventude de faz presente, e também onde precise estar.
Fora lá que a fogueira foi acesa e que inspirou o amigo Jardel Santana a partilhar os escritos: “Num tempo em que tantos desafios políticos, sociais, econômicos, culturais e eclesiais são como ventos frios que ameaçam as vidas, acender a fogueira aqueceu nossos corpos e nossas esperanças. Aqueceu-nos a presença do profeta Dom Pedro Casaldáliga. Ele que mesmo na fragilidade da saúde continua sendo testemunho de luta e de esperança, deu-nos o exemplo de seu projeto, do projeto do Reino da Vida”.
Um filósofo um dia escrevera “eu sou: eu e minhas circunstâncias” (Ortega y Gasset). Essa frase, ocultando a pergunta ontológica (quem sou eu?), mexera comigo de uma forma diferente das outras. Tamanha a estranheza que venho sendo conduzido na missão de interpretá-la, para sossego das minhas angústias. Sinto que parte dessa pergunta fora respondida nos contextos e intertextos desta Romaria. As minhas circunstâncias se misturam com as vossas. E juntos e juntas assumimos a missão de construirmos a Civilização do Amor, da Justiça e da Paz.

Amém. Axé. Awere. Aleluia!
                                                                       
                                                                         Raphael Alves
                                                                        Pontal do Araguaia – MT, 21 de julho de 2016.

24/06/2016

A raiz da corrupção, um olhar além do financeiro


A classe política anda muito desacreditada, tanto pela irresponsabilidade perante a função vital que lhe cabe, quanto por uma campanha midiática de criminalização da política. Observamos com frequência a expressão: “político é tudo igual, tudo ladrão”.

O filósofo Enrique Dussel, na obra Política da Libertação (2009), destaca que a corrupção não envolve apenas dinheiro como nos parece, mas uma denominada fetichização do poder político, ou seja, ocorre uma perversão, uma inversão de fundamento que é para ele a raiz de toda a corrupção política.

O fundamento a que se refere Dussel, é a comunidade política. Para ele, o “querer-viver” da comunidade política é a sede, a fonte do poder. Para que o poder político seja exercido, não basta apenas a vontade da comunidade política, mas que ele seja concretizado pela mediação das instituições (poder legislativo, executivo, judiciário). Estas por sua vez, são mediações, instrumentos necessários e quem está à frente delas, o está de forma delegada, ou seja, exerce o poder político não em seu nome próprio, mas em nome da comunidade política (ao menos deveria ser), porque na medida em que delegamos o poder ao representante, não significa que ele nos foi tirado, muito pelo contrário, ele nos pertence e somos responsáveis por ele.

Dussel aponta que historicamente as instituições e os políticos eleitos, tornaram-se autorreferentes, declarando-se a origem do poder político desligaram-se de sua origem, a comunidade política. Aqui estaria a raiz primeira da corrupção: os governantes consideram-se a fonte do poder político e por isso se autorizam a operar em vista de seus interesses próprios, na maioria das vezes em desacordo com a função primordial da política, de promover, aumentar e garantir a vida humana de todos os cidadãos.

O Deputado Eduardo Cunha, ao realizar manobras a todo instante, para garantir seus interesses individuais e do grupo que o sustenta com todo esse poderio é um exemplo da fetichização do poder. A presidenta Dilma Rousseff, foi muito feliz em um de seus pronunciamentos ao dizer que o lado certo da história é o da democracia. Por isso, pensar uma lógica de um poder-serviço onde os representantes assumam os interesses da maioria da população é construir um poder delegado legítimo, mais próximo de uma democracia participativa, o que não se percebe no governo interino de Michel Temer, que explicitamente quer impedir os canais e instrumentos de participação popular das decisões políticas.

*Por Junior Centenaro

03/06/2016

Festa é coisa de Deus! Festa é coisa de juventude!

“Vou aprendendo sensibilidades que me ajudam a sair de mim 
e a afastar-me das minhas certezas. 
Nesse território, eu não tenho apenas sonhos. Eu sou sonhável.”
Mia Couto

“- Padre, essa juventude só quer saber de fazer festa! Esqueceram de ir à missa, de rezar...” Com muita frequência, dada minha atuação com jovens, escuto avaliações como essa. Só festa...festa e festa! É uma afirmação interessantíssima por vários motivos. Primeiro, é fantástica uma juventude que sabe festejar! Festa tem a ver com celebração! Que tem a ver com grupo! Que tem a ver com coletivo! Que tem a ver com Deus! Depois, porque há várias formas de “rezar”. Mas a mais profunda é sempre comunitária. A comunidade é o lugar, por excelência, da relação com Deus a partir de quem ali se faz comunitário. Por isso, é importante dizer, nada tem de mal fazer festa. Aliás, festejar é também uma celebração na medida em que a vida ali cantada e dançada é encontro, liberdade e respeito. Reconhecer isso é uma questão de justiça com a meninada. Nada mais lindo que um coração que se alegra em festa!

Não podemos cair no minimalismo de achar que nas festas só tem coisa ruim. Reduzi-la a sexo, a drogas, a bebida, a brigas é desconhecer a essência do encontro. Claro que essas coisas também existem. Nem tudo são “coraçõezinhos”. Porém, é importante percebermos outras possibilidades bem mais vitais. A dança, a alegria, a música, as amizades, os namoros, as afetividades são sinais de vitalidade e da dinâmica juvenil. Onde há festa, há espírito juvenil.

A experiência religiosa cristã nasce do Deus – Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Uma experiência, assim, profundamente comunitária. Essa experiência revela o amor nas relações. Deus ama profundamente o Filho e o Espírito. Esse, por sua vez, é sinal de amor do Filho a Deus e a humanidade O Espírito é o próprio amor. Amor tem a ver com vida, com festa. Ninguém faz festa sozinho. Festa é fenômeno grupal. É comunidade e, quiçá, pudesse ser, sempre, relações bonitas.

Um fato muito comum é ver a meninada ir à festa entre amigos. Por isso, esse elemento também precisa ser destacado. Festa tem a ver com amizade. Até mesmo Jesus, seguidamente, ia encontrar com os amigos lá pelos lados de Betânia com Marta, Maria e Lázaro. Todos precisamos de amigos. Amizade se configura como uma relação de partilha e liberdade. A festa, assim como outros lugares, precisa  ser brindada com o coração aberto.

Em um contexto de evidência da subjetividade, a festa também se transforma em lugar para “se mostrar”. O outro precisa “me ver”. Infelizmente, isso tem marcado relações mercadológicas. A metamorfose das meninas e dos meninos com pinturas, gel, roupas curtas, corpo à mostra, nas festas por aí, revelam a vontade de mais “parecer” do que “ser”. É a esquizofrenia de transformar a festa naquilo que ela não é. A festa é o conjunto de subjetividades.

A afirmação que iniciei essa reflexão pode ser correta. Sim, a juventude quer saber de festa. Porém, isso precisa ser percebido de maneira também positiva. Transformar algumas festas depende muito mais de ampliarmos lugares para a juventude se encontrar do que achar que ela não deve ir para esses lugares. Direito ao encontro, direito à cidade, também é uma política pública.

*Por Maicon A. Malacarne

01/06/2016

Primeira etapa da 30ª Escola da Juventude reúne 80 jovens



A juventude da PJ percorreu nos trilhos da libertação o inicio de um lindo processo! Durante os dias 21 e 22 de maio, mais de 80 jovens da Arquidiocese de Passo Fundo reuniram-se na Escola Alternativa da Juventude Rural (ESCAJUR) para a primeira etapa da 30ª Escola da Juventude da Pastoral da Juventude. Com o tema “Nos trilhos da libertação”, os participantes trabalharam temas acerca da iluminação bíblica de Êxodo 3,5, “tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você pisa é solo sagrado”. Grupos de jovens, afetividade e sexualidade foram alguns dos assuntos trabalhados durante o encontro, envolvendo mística, debates e dinâmicas. 
 
Neste ano, a Escola da Juventude ocorre em três etapas, ao contrário de outros encontros já realizados na Arquidiocese, que aconteciam durante cinco dias. A segunda etapa será nos dias 23 e 24 de julho e a terceira está prevista para os dias 3 e 04 de setembro. As inscrições abrirão em breve e poderão ser feitas no link que será disponibilizado na fanpage da PJ ou no blog pastoraljuventudepf.blogspot.com.br. Sigamos em sintonia, amigos e amigas! Axé, Aweré, Aleluia! 

02/05/2016

Área pastoral de David Canabarro recebe encontro de formação


“Leve nessa mala de garupa toda a coragem que couber, a missão é grande; o desafio é bem maior...”. Assim recomeçamos a criar raízes na Área Pastoral de David Canabarro. No dia 30 de abril, no município de Muliterno, os jovens se reuniram com a Coordenação da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Passo Fundo. Com o passar dos minutos, olhares foram se cruzando e os sorrisos eram contagiantes, mas foi na ciranda que a mesma canção acima foi cantada e, nos aconchegos dos abraços, a juventude viveu uma nova experiência na qual não existem palavras para descrever os sentimentos e o ardor. Quem até então não conhecia a Pastoral da Juventude se sentiu chamado a ser como pipa, saindo sem destino, em busca da evangelização e da construção de novos grupos de base, ou seja, ser pastoral. Isso fez com que passássemos a acreditar ainda mais na nossa força de sermos protagonistas.

Juventude, tenha ousadia de sonhar. A PJ, na sua mística e espiritualidade de lutar pelas causas sociais, faz nos abraçarmos e continuarmos o projeto de Jesus Cristo, que nos mostra um novo jeito de ver o mundo, as pessoas e a nós mesmos. Foram muitos os sentimentos vividos nesse encontro, de mãos entrelaçadas, junto com o protagonismo e com o dinamismo da juventude, vamos construindo o projeto da Civilização do Amor. Seremos jovens em missão, por isso vem, entra na roda com a gente, onde a juventude tem voz, vez e lugar.

*Texto escrito por Alais Benedetti, Assis Julianotte e Eliel Decol

12/04/2016

54ª Assembleia Geral da CNBB


A Conferência Nacional do Bispos do Brasil – CNBB – está reunida em entre os dias 06 e 15 de abril, em Aparecida, São Paulo. A Assembleia Geral é o órgão supremo da CNBB e uma expressão de colegialidade e corresponsabilidade dos bispos da Igreja no Brasil. É uma oportunidade para conhecer os colegas bispos e para partilhar as alegrias, projetos e preocupações.

Na Assembleia são tratados prioritariamente assuntos pastorais que envolvem a evangelização. Estuda-se temas referentes a missão da Igreja, análise da conjuntura religiosa e outros que necessitem de esclarecimentos e aprofundamentos. O tema central deste ano reflete sobre a missão do cristão leigo na Igreja e na sociedade. Deste estudo resultará um documento para subsidiar a Igreja.

Os cristãos católicos que formam a Igreja estão no mundo e vivem concretamente num país. A vivência da religião é influenciada pela situação social, política e econômica onde os fiéis vivem. Quando lemos o Evangelho fica claro, em tantos textos, o contexto do tempo de Jesus. Por isso que na Assembleia da CNBB também entra o estudo e o debate da situação atual. Constantemente os bispos são perguntados e questionados sobre o seu posicionamento diante de questões sociais, econômicas e políticas. A Assembleia Geral da CNBB deste ano reúne em torno de 360 bispos vindos de todos os Estados e regiões do país. O contato direto que cada bispo tem com as pessoas, das mais diferentes classes sociais e econômicas, possibilita fazer uma boa leitura da realidade brasileira. Além de informações que cada um traz, também testemunha o que é vivido em cada região.

A preocupação com os temas da sociedade e os problemas da vida das pessoas sempre são feitos na perspectiva da evangelização. Cuidar da vida espiritual da pessoa significa também cuidar de todas as outras dimensões da pessoa humana. Jesus falava do Reino de Deus como projeto da nova realidade.

Nos 10 dias de Assembleia, muitas horas são destinadas para a oração. A primeira atividade do dia é a celebração da Santa Eucaristia no Santuário de Nossa Senhora Aparecida com os peregrinos, além de dois momentos de oração à tarde. O final de semana é reservado para um retiro espiritual. Os bispos têm consciência de que só poderão realizar a sua missão se forem conduzidos pelo Espírito de Deus.

*Por Dom Rodolfo Luis Weber - Arcebispo de Passo Fundo